quarta-feira, 18 de junho de 2008

segunda-feira, 5 de maio de 2008

UMA TELA




Ficha Técnica

Título: TIME
Autor: Joaquim Alves
Assinatura: Manus
Técnica: Acrílico sobre tela, com colagem
Dimensões: 120x120 cm
Data: 1995
Propriedade: Coleccionador Particular

Notas: Homenagem a Sonia e Robert Delaunay,
casal amigo do nosso Amadeo de Souza-Cardoso,
nascido em Manhufe (Amarante), em 1887,
e um dos nossos primeiros modernistas.
Viveu em Paris, no início do século vinte,
onde conheceu muita gente do movimento,
e veio a morrer - jovem - de gripe pneumónica
(tb conhecida como "gripe espanhola"),
na sua terra natal, em 1918.

*
Muito mais haveria a dizer, mas ficam estas dicas,
para que - quem quiser - descubra o nosso Amadeo,
que amigo também foi de Amedeo Modigliani,
nascido em Livorno (1884).



quinta-feira, 10 de abril de 2008

ACTA DA FUNDAÇÃO

Por uma qualquer coincidência, era 11 de Março. Só que do ano de 2008.

No Café “Aventuras” do Senhor Ventura, quatro tertulianos se reuniram para fundar a Tertúlia: o António, o Fernando, o Joaquim e o Paulo.

De entrada, serviram-se temas vários, corriqueiros e banais, antes do primeiro prato mais filosófico, com música e tudo! Música de épocas várias, incluindo a do tempo em que a batuta do maestro de Santa Comba decidia o que podíamos ou não devíamos ouvir. Fora os boicotes que fazíamos...

Por vezes, a conversar, chegamos facilmente à conclusão de que - de uma forma ou de outra – sentimos todos as unhas do tempo. Mas, por mais que o senhor tempo nos tire o tempo, nunca nos irá tirar este recanto da memória, onde guardamos as nossas recordações e lembranças, o que vivemos e sentimos, vimos, ouvimos e... registado ficou.

Este nosso primeiro encontro tertuliano, por coincidência a 11 de Março, interrompido apenas foi, em dança sucessiva, pela chegada de garrafas novas e cheias, enquanto as velhas e vazias partiam, ao ritmo dos quatro elementos.

Apesar de idades algo diferentes, as memórias das épocas são muito iguais, sobretudo no que respeita às mais marcantes. E, curiosamente, a música é comum a todos. Tal como as opiniões convergentes, a propósito de vivências, episódios dispersos, análises que se prolongam para outros tempos mais cinzentos. Mas é sempre a música a vir ao de cima. Trazia-nos recados que por vezes entendíamos e, com essa magia suave, espevitávamos, sentíamos que havia outra vida lá fora. E muitos emigraram. E cantou-se a emigração. Uma vez mais, a música nos deu sinal.

Mas, na nossa tertúlia deste dia, outros temas foram abordados.

Falou-se de aniversários, e com grandes contributos filosóficos por parte de António Gomes que, de forma filosófica, filosofava sobre as formas redondas das bolas de fumo que a atmosfera teima em esticar e dar-lhes formas abstratas, concluindo-se que a forma redonda é um estigma.

Por sua vez, o escrivão desta acta conclui que os aniversários são - para ele – uma situação de amor e ódio. Odeia fazer anos, mas, por necessidade, adora fazer anos.

Filosoficamente, este escrivão também não esteve mal.

Temos as opiniões do Joaquim. Marcadas com pinceladas coloridas com a arte dos seus desenhos, aonde cada traço, cada cor, representa uma visão do que viu, desejou ou sonhou. Sempre pintadas com as cores fortes da vivência que já passou.

E temos, também, o Paulo que, filosofando muito pouco, cismou com o trabalho que ia ter durante a noite. E, em conflito consigo próprio, ia adiando a hora da saída, agarrrando-se à cadeira desta mesa de tertúlia, jamais tentado a deixar a dita.

Pela inassinalável hora, Paulo abandonou a tertúlia, face aos seus deveres, e os restantes mantiveram o ambiente, retratando várias questões nos mais variáveis índoles e ângulos, sob a forma de pontos de vista.

Terminando quando íamos sentindo a necessidade de uns irem ao wc, outros porque... o Ventura já varreu. E o Café já fechou.

O escrivão: Fernando Marques

ILUSÃO




Refugiada no meu quarto, tento esquecer os meus problemas, esquecer que existo... Da minha tristeza depende a felicidade dos outros... Não magoo ninguém, magoando-me a mim!!!

Percebi que a minha vida não tem sentido... É um caminho sem fim, cheio de cruzamentos e curvas, mas que todos vão dar ao mesmo local: a SOLIDÃO...

Sigo o percurso errado, mesmo com o mapa nas minhas mãos, mas os meus olhos negam olhar para ele, continuando a andar, sem saber para onde ir... Para a frente...? Para a direita...? Para a esquerda...? Qual o caminho da felicidade???

Viro as costas, não querendo viver o presente e pensar no futuro, voltando para trás, seguindo a estrada do meu passado, preferindo agarrar-me às recordações, que são poucas e vão esvoaçando, acabando por se apagar...!

Lágrimas?!?! Elas não servem de nada, não conseguem afastar a mágoa, apenas mancham a solidão e ajudam a matar-me...

A minha vida é sustentada por sonhos, fantasias...Elas são tudo para mim...

Fazem-me ver o amor, a felicidade, a alegria...Enquanto que os pesadelos são o retrato exacto da minha existência... Que seria de mim se a ilusão não me acompanhasse?!?!

Neste destino encruzilhado, finjo ser feliz e alegre, enganando os outros e enganando-me a mim própria...

Rita

PASTA DE FÍGADO


I

Neste momento, são 23,40 H.
Dói-me o estômago... Fome? Mas eu jantei...Ah! Pois foi. Jantei mais cedo.
Encontrei a razão da dor de estômago... É mesmo fome.

II

Atiro-me como uma fera,ao saco do pão. Está vazio... Assalto o frigorifico.
Atiro-me ao leite e nisto, vejo uma caixa de pasta de fígado. Horror, brrr.
Entretanto no meu cérebro, discute-se entre este horror e a procura de uma faca.
Mas e o pão?

III

Resolvo desta vez assaltar o congelador.
Eureka! Pão congelado.
E o micro-ondas aqui tão perto, e eu nesta cozinha, aqui tão sózinho.

IV

Mas barrar o pão com quê? Manteiga? Banal!
Mas a caixinha entra-me na mente. Pasta de Fígado? Porque não?...

Mas...Repugnante. Aquela pasta castanha horrorosa, entra-me pelos olhos, revirando-me as entranhas, enquanto a minha mão direita de faca em punho, ataca freneticamente a pobre Pasta de Fígado. Espetando-lhe suculentas facadas, para depois barrar no pão já descongelado.


V

Enquanto escrevo isto, delicio-me em magestosas dentadas.

Hum, excelente.

E rio-me do contraste entre o parecer e o sabor.
Mnham, mnham...


Fernando Marques

ABERTURA

Pronto, cá estamos neste Monte Abraão histórico e mítico, mesmo que ninguém o saiba!
Cá estamos, para o que der e vier, mesmo que de nada muito importante se trate.
Cá estamos, enfim, para falar, conversar, partilhar e mais mil coisas da vida.
Bem-vindos, Tertulianos!

NEM ACREDITO!

Desta feita, consegui registar - aqui - Monte Abraão!